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quinta-feira, 26 de maio de 2011

BALLET EM BARRO BRANCO NA SERRA

2011 marca o início do Projeto Canto na Escola, uma realização do Instituto Todos os Cantos com patrocínio da empresa ArcelorMittal Tubarão. O projeto é uma ação que promove o Canto Coral e a Música em geral, atuando em três escolas municipais dos bairros Barro Branco, Feu Rosa e Novo Horizonte na Serra. O Canto na Escola atende trezentos alunos com aulas de musicalização, violino, canto coral, banda marcial e até mesmo ballet. As inscrições no início do ano superaram a capacidade do projeto em mais de duzentas crianças, dando origem a uma lista de espera e à busca por maiores investimentos.

Na próxima sexta-feira (27 de maio) acontece na E.M.E.F. Gov. Carlos Lindemberg em Barro Branco uma pequena amostra do que o Canto na Escola vem realizando junto a essas comunidades. A diretora Ana Maria Duarte e a pedagoga Benedita vão receber a comunidade numa alusão comemorativa ao “Dia Internacional da Família”. Uma iniciativa cidadã que busca envolver os pais e responsáveis no cotidiano escolar, enfatizando a importância da presença no bom desenvolvimento de seus filhos.

O Dia Internacional da Família - 16 de maio - foi proclamado pela Assembléia Geral das Nações unidas em 1993 e desde então é comemorado em todo o mundo.  A festa em Barro Branco terá início a uma da tarde, culminado com uma apresentação da turma de Ballet, por volta de quatro da tarde, sob orientação da professora Merliane. O “Corpo de Baile”, por assim dizer, é formado por quatro turmas e quase cinqüenta meninas com idades variando de seis a doze anos.

Barro Branco é um bairro às margens da BR 101, próximo à sede do município da Serra-ES. Tem o aspecto bucólico do interior e é habitado praticamente por pessoas de muito poucos recursos financeiros. As famílias dos alunos ficaram muito felizes com as aulas oferecidas pelo projeto Canto na Escola, porém, muitos não têm a menor condição de comprar roupas e acessórios específicos para a prática do ballet como collants, sapatilhas e meias, as meninas acabam dançando, inclusive em apresentações, com roupas comuns.  

A equipe do Instituto Todos os Cantos, sob superintendência do Maestro Adolfo Alves; e do Projeto Canto na Escola, coordenado pela Maestrina Alice Nascimento, convidam todos para este evento onde terão a oportunidade de conhecer o projeto e a realidade dessas crianças. Pedimos apoio àqueles que puderem contribuir, podendo estar presentes ou não, com doação de roupas e assessórios de ballet para as meninas. É uma iniciativa séria, sem fins econômicos, que tem o objetivo de elevar a auto-estima dos jovens, fortalecer a cultura e democratizar a arte.

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES  
DIA DA FAMÍLA EM BARRO BRANCO
Local: E.M.E.F. Gov. Carlos Lindemberg.
Dia: 27 de maio de 2011
Horário: início 13 horas, apresentação do Ballet 16 horas.
Endereço: Rua Principal, s/n - Barro Branco – Serra
Telefone da escola: (27) 3341- 7513
Coordenação Alice Nascimento: (27) 98149906
Instituto Todos os Cantos
Gerência de Comunicação
Juca Magalhães

quarta-feira, 18 de maio de 2011

RAPIDINHAS CULTURAIS - URGENTE!


QUAL É A SUA CAPIXABA?

Na semana passada, a pedido de minha amiga Cíntia, respondi a um questionário de antropologia que tinha como tema o que é ser capixaba. Como achei - em minha infinita modéstia: (pausa) NOT! - que as respostas mereciam circular, publiquei na Letra Elektrônica e enviei para minha lista de contatos estimulando que outros respondessem. Obtivemos respostas muito interessantes sobre nosso “capixabismo”, algumas românticas declarações de amor pela doce/delícia Ilha do Mel e até algumas declarações de ódio por “esse lugar atrasado, de gente invejosa e blá, blá, blá”.

A autora do blog Madame D’Eu, Gabriela Galvão, que nasceu em Minas, mas já está aqui faz tempo a ponto de se considerar botocuda, lembrou que ser capixaba é ”achar que o cliente te faz um favor”. Eita! Essa é uma reclamação recorrente entre pessoas que trabalham e confiam nos habitantes locais, vai confiando... Não tem aquele negócio do “vou comprar pra te ajudar”? E eu pensava que isso fosse coisa de um passado distante. Madame D’Eu tem estilo, assim como a Lídia que é carioca e fez questão também de trocar idéia sobre essa terra estranha.                                           

Mas o Leonardo Tristão da Pousada Pedra Azul ficou tão empolgado com a idéia que organizou junto com a pesquisadora uma página onde todos podem deixar lá suas impressões online e opiniões digitais. A página tem um questionário, mas quem acessa pode escrever livremente, contribuindo para o direcionamento do debate, e um dado interessante é que essas contribuições foram sessenta por cento do total, com indicadores muito relevantes sobre o que somos e como enxergamos nossa cultura e o turismo. O link da pesquisa segue abaixo:


GRANDE PROGRAMAÇÃO NO ANIVERSÁRIO DO PARQUE MOSCOSO

Nem bem publicamos a notícia do livro de Leandro Haddad sobre o Parque Moscoso e a Secretaria de Cultura de Vitória divulgou uma programação cultural para marcar o nonagésimo nono (é isso?) aniversário do espaço. Quem enviou o convite, a bem da verdade, foi a cantora Gardênia Marques, através do Clube Capixaba de Artes e Cultura. A festa vai rolar no próximo dia 21 de maio, de dez da manhã até cinco da tarde. Ficamos torcendo para que não chova. Segue a programação:

10h: Núcleo Afro Odomodê e Renata Academia
10h30: Capoeira e Maculelê - Cajun de Bela Vista
11h: Teatro de Bonecos – Dengue – Guarda Municipal de Vitória
11h30: Intervenção ambiental – Gerência de Educação Ambiental
11h40: Teatro de Fantoches
13 horas: Tambores Japoneses (Taiko), Arte Marcial de Espada (Kendo) e Coral Nikkei da Associação Nikkei de Vitória.
14 horas: Teatro sobre a importância da boa orientação física – SOE
14h40: Grupo de Dança Moxuara – Aape
14h50: Dança – Anjo – Apae
15 horas: Grupo Capoeira Berimbazú - Projeto Vem Dançar na Orla
15h30: Danças Populares - Cajun Praia do Suá
15h50: Companhia de Dança Fafi e Emef´s Orlandina D’Almeida Lucas e Suezete Cuendet.
16 horas: Quarteto de Violões – Faculdade de Música do Espírito Santo
16h30: Grupo Zabumba Peroá – Faculdade de Música do Espírito Santo
17 horas: Orquestra POP Jovem FAMES - Faculdade de Música do Espírito Santo, que no encerramento tocará a música “Parabéns pra você”.

terça-feira, 17 de maio de 2011

PERTENCIMENTO INTELECTUAL ABANDONADO


Fazendo um trocadilho com “Delicidade”, o novo DVD de Amaro Lima que - aliás, foi lançado sábado passado com grande sucesso – fiz menção nada honrosa ao dito “Vitória é uma delícia”... E depois fiquei naquela me perguntando “de quem é essa frase mesmo?” “Viver é Ver Vitória”, salvo engano, é de Cacau Monjardim. “Existem certas ocasiões em que Vitória é uma derrota”, eu escrevi numa outra edição mais pessimista de mim mesmo... A solução chegou pelo correio na semana passada.

O Departamento de Imprensa Oficial, em parceria com a SECULT, está publicando uma revista de cultura bimensal intitulada “Caderno D” e o amigo Erlon Paschoal, atual Sub-Secretário de Estado da Cultura, teve a gentileza de remeter um exemplar para a redação da Letra Elektrônica. Curiosamente na última edição do caderno Pensar de A Gazeta inicio o texto fazendo menção à pesquisa do Instituto Futura sobre a percepção da cultura que têm os moradores da Grande Vitória e que veio como tema de capa dessa terceira edição do Caderno do DIO.

A falta de opções para divulgação - e conseqüente promoção - de eventos culturais é assunto de discussão nas redes sociais ultimamente. Ontem mesmo vi um tópico desses postado pelo “Coroné” Reginaldo Secundo no Facebook que gerou um número grande de respostas e comentários até agressivos, porque os jornais da capital, que lutam por um espaço muito específico, já de algum tempo para cá adotaram uma linha editorial voltada quase que exclusivamente para o universo dos “famosos” e dos fatos escabrosos, deixando de lado os eventos culturais de alcance especificamente locais.

Nesse calor surgem então os cadernos de cultura com publicações espaçadas, o que infelizmente as desconecta, em muitos casos, do que está acontecendo no sentido imediato de produção e da conseqüente formação de público. Uma das críticas que vi serem feitas e que é fácil de resolver é que nenhum dos dois periódicos traz uma agenda cultural. Essa é uma iniciativa que pode ser interessante para resolver essa questão da falta de uma ligação entre os assuntos abordados e os eventos de produção cultural local mais significativos que acontecem com freqüência.

A crítica atual aos jornais é que não têm o que se ler e que as notícias se repetem na televisão e na Internet, por sinal, com muito mais velocidade. Essa lacuna os cadernos de cultura que surgem em suas primeiras edições estão em busca de suprir com textos interessantes, como o de Mara Coradello que nos remete ao início deste. No Caderno D a escritora publicou o texto “Carmélia esteve aqui em casa” e mencionou que a frase “Vitória é uma Delícia” era coisa da “Felia”. Na época dessa grande cronista, conhecida hoje por poucos, os textos autorais eram muito mais comuns.

Eu sei que posso estar errado, mas tenho o sentimento de que os “jornais de papel” - ao invés de “baixar o nível da discussão” e tentar concorrer com a Internet e a Televisão - deveriam, já que são impressos, investir no público que lê. Diferencial que bem pode ser o resgate daqueles mesmos valores de pertencimento intelectual abandonados, ou que talvez nunca tenham sido realmente abordados por aqui: a análise da obra de um autor local, a valorização quando merecida, a crítica honestamente construtiva e a consequente elaboração de uma melhor percepção da produção cultural local. Para o bem ou para o mal...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ORQUESTRA ALEMÃ É PROGRAMA IMPERDÍVEL!

E vem aí na próxima quinta feira a Hannover Chamber Orchestra, grupo de cordas, formado por 12 músicos e regido pelo maestro Adam Kostecki, que é uma das mais antigas orquestras de câmara alemãs e abriu sua nova turnê no Brasil com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Um dos destaques desta temporada pelo Brasil foi a apresentação histórica no dia nove de maio, para a comunidade do Cantagalo- Pavão- Pavãozinho, situada entre os bairros de Copacabana e Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro.

O convite chegou até a Lektra através de Gracinha Neves, uma das mais antigas e incansáveis promotoras de eventos do gênero no Espírito Santo. A apresentação dessa orquestra de câmara é imperdível, sua turnê está dando voltas ao mundo, vi na agenda deles apresentações até no Líbano (!) Para nossoutros capixabas a abordagem do repertório europeu feitas pelos nativos de lá equivale a um gringo ouvir um grupo de chorinho da Lapa, eu sei que a frase ficou meio doida, mas a intenção é boa. Segue o Flyer...




Para quem não tem obrigação de saber - e eu não sabia - o Parque Moscoso completa 100 anos no ano que vem. O espaço, apesar de tradicional, é hoje muito pouco mencionado como referência de programa cultural - aliás, não me lembro de tê-lo visto nas últimas pesquisas - o parque marcou a infância e a juventude de muita gente. Quem, na faixa aí dos quarenta anos, nunca tirou foto três por quatro nos antigos lambe-lambes que ficavam por lá?

A informação vem do primeiro volume do projeto Imagem Capixaba, livro que tem o título de “O Eterno Parque Moscoso”. A iniciativa é do multifacetado e músico bastante conhecido Leandro Haddad que atualmente trabalha na Secretaria de gestão estratégica da Prefeitura de Vitória. Na apresentação de seu trabalho Leandro explica que o Livro é mais um ensaio fotográfico do que histórico, mas ressalta com propriedade que:

“O parque Moscoso foi ontem e é hoje, importante testemunha silenciosa das grandes transformações urbanas que Vitória vem experimentando neste quase século de sua existência.”  

Muita gente tem vontade de elaborar projetos de qualidade para revitalizar a vida cultural daquela região, hoje relegado a um playground para as crianças do entorno e de jogatina para uma legião de aposentados e afins. Fica a sugestão – não vou falar ficadica – para a prefeitura de Vitória.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

CORAL ARCELORMITTAL TUBARÃO EM RIO NOVO DO SUL

O Coral ArcelorMittal Tubarão completa 25 anos de estrada neste ano de 2011, foi no dia 11 de junho de 1986 que aconteceu “internamente” a primeira apresentação do grupo numa solenidade pelo décimo aniversário de fundação da então Companhia Siderúrgica de Tubarão. Era presidente da CST o ex-governador Arthur Carlos Gerhardt dos Santos e o então responsável pelo coro dentro da empresa era o, hoje aposentado, juiz de direito Tasso de Castro Lugon. Abaixo segue um trecho da notícia da primeira apresentação pública do coral no Theatro Carlos Gomes.



No mês passado, após a belíssima apresentação do Stabat Mater de Rossini com a Orquestra Filarmônica do Espírito Santo na Catedral Metropolitanda de Vitória, o Coral ArcelorMittal Tubarão aproveitou para fazer um registro oficial do grupo, posando para as lentes do fotógrafo Tom Boechat. Vale ressaltar também que nessa foto oficial estão os cantores Maria Aparecida de Fátima e Sebastião Luiz Lopes que, além do maestro Adolfo Alves, participaram daquela primeira apresentação em 1986. O destaque naquela noite chuvosa ficou por conta da presença da primeira dama do estado Maria Virgínia Fernandes Moça Casagrande que tem demonstrado interesse a admiração pela cultura.




E o Coral ArcelorMittal Tubarão segue a agenda comemorativa de seus vinte e cinco anos cantando nesta sexta-feira (dia 13 de maio) na cidade de Rio Novo do Sul, lá acontece o Segundo Encontro de Corais na Igreja Matriz de Santo Antônio. O evento é organizado pela regente Ângela Volpato e terá a participação do Coro de Câmara da UFES, Coral da Igreja Santa Rita e muito mais.



quarta-feira, 11 de maio de 2011

RAPIDINHAS CULTURAIS

VITÓRIA JÁ FOI MAIS GOSTOSA...

Quem lança novo DVD é o garoto Amaro Lima, o nome da parada é Delicidade, embora a nossa cidade ultimamente não esteja lá essas delícias. Amaro está partindo para um som bem mais próximo aos grandes públicos do mercado nacional e levando com seriedade uma das mais competentes carreiras do Espírito Santo, lembro pelo menos de duas ocasiões em que cheguei em festas na casa de amigos e eles estavam ouvindo um disco do Amaro, me arrisco a dizer que foi a única vez que isso me aconteceu com um artista local. Mas vai lá, o flyer segue abaixo.



ESSAS MULHERES NO TURKZOO                  

"Essas Mulheres" é o novo show de Elaine Rowena, com repertório que vai de bossa ao blues. O evento conta com a participação especial de divas da música capixaba: Vera da Matta, Kátia Rocha, Ângela Volpato, Gardênia Marques, Jully Victória, Graciella D'Ferraz, Simone Itaboray, Márcia Chagas e Juana Zanchetta. No time masculino, a presença do poeta Marcos de Castro e de Jace Theodoro. Os músicos convidados são o percussionista Edú Szajnbrum, o pianista Roger Bezerra, o rapper Kamale, o gaitista Víctor Barros e o guitarrista argentino Norberto Fyhn.
                                                                                                    
As atrizes Beth Caser e Suely Bispo recitarão poemas do universo feminino, a dupla Denize Marchetti e Roberto Cigano mostra a sensualidade e elegância da dança de salão e a estilista Stael Magesck compõe no visual das artistas as diversas fases e faces da mulher transformadas em moda. A dançarina do ventre Bianca Campagnoli interpretará "Udi", música árabe, acompanhada pelo pandeiro do mágico Edú. A noite também será de autógrafos dos novos cd's de Graciella D'Ferraz e  Simone Itaboray. Ao final do show, palco abertíssimo para canjas de todas as vertentes!


terça-feira, 10 de maio de 2011

O TRIUNFO DA MÚSICA - PARTE III - DAS CURIOSIDADES


A leitura De o Triunfo da Música me despertou para músicas e artistas que eu não conhecia bem como a ópera em um ato Le Devin Du Vilage do filósofo Jean-Jacques Rousseau que obteve grande sucesso em Paris; o disco A Love Supreme do saxofonista John Coltrane, relatado no livro como uma experiência mística do homem expressando espiritualidade através da música; e, por último, o famoso último castrato da história, Alessandro Moreschi que deixou algumas gravações feitas entre 1902-04.

Outra curiosidade que achei foi sobre músicos que descobriram obras quando as gravações se tornaram comuns. Rachmaninov, por exemplo, não sabia que Schubert havia composto sonatas para piano e o famoso intérprete das sonatas de Beethoven, Artur Schnabel, disse que não sabia que Mozart havia composto concertos para piano (!)

Achei também a estranhíssima figura de “Lord How-how”, um traidor britânico de nome William Joyce, nazista doente que foi um líder do movimento fascista britânico e acabou sendo executado em 1946. Joyce foi o principal propagandista das loucuras de Hitler, transmitindo em inglês das rádios alemãs. A uma da tarde a BBC fez a leitura do último pronunciamento feito pelo condenado:

Na morte, assim como nesta vida, eu desafio os judeus que causaram essa última Guerra e desafio os poderes das trevas que eles representam. Quero advertir o povo britânico contra o esmagador imperialismo da União Soviética. Que possa a Bretanha ser outra vez grande e na hora de nosso maior perigo no oeste possa a suástica ser erguida da poeira, coroada com as palavras históricas ‘Você conquistou apesar de tudo’. Tenho orgulho de morrer por meus ideais e tenho pena dos filhos britânicos que morreram sem saber por que.

As transmissões de Lord How-how começavam com o bordão “Alemanha chamando, Alemanha chamando” - que me lembra a música London Calling, lançada pela banda punk The Clash no final de 1979 - e sua escuta era desencorajada pelas autoridades britânicas, porém o público gostava, talvez por que quisessem ouvir o outro lado da questão, era ainda início da guerra, ou talvez porque, preferissem ser chocados por toda aquela bobagem nazista do que entediados com a programação da BBC.

Logo após o final da guerra o maluco foi preso junto com a esposa perto da fronteira da Dinamarca e quando foi pegar o passaporte acabou tomando um tiro nas nádegas. Um dos dois soldados que o prendeu era judeu alemão que havia fugido do horror nazista para a Inglaterra com a família. A ironia do destino não poderia ser maior: William Joyce que era nascido na América de pais irlandeses e fazia se passar por britânico na Alemanha acabaria preso por um judeu alemão lutando pela Inglaterra.

Levado de volta para Londres foi condenado à morte por traição em um processo complicado, enquanto a população questionava a sentença, afinal Lord How-how sempre fora visto como uma espécie de piada, o que nos faz pensar também um bocado sobre o famoso senso de humor dos ingleses. Vale conhecer o site que é, infelizmente, todo em inglês. Lá tem até a gravação da última transmissão de Joyce, completamente bêbado, logo após o suicídio de seu ídolo mor Adolf Hitler...

Retirado e livremente traduzido do endereço: 
http://www.nickelinthemachine.com/2010/02/the-execution-of-lord-haw-haw-at-wandsworth-prison-in-1946/

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O TRIUNFO DA MÚSICA - PARTE II


Pag. 29. No época do período barroco os músicos da Europa Continental eram tratados como lacaios, servos, ou na prática: escravos. “A posição subserviente mesmo dos maiores compositores e cantores constituía regra nas grandes e pequenas cortes.” Bach pegou cadeia porque pediu licença para ir tocar em outra freguesia.

Pode parecer exagero, mas uma vez tentei pedir férias vencidas a um empregador para prestar serviço para outro durante dez dias e fui ameaçado com demissão, aliás, esta só não aconteceu porque não foi encontrado um substituto a altura.

“A imperatriz Maria Teresa (1717-1780) - da Áustria, uma das depostas esclarecidas do período, mãe da rainha Maria Antonieta que seria guilhotinada na revolução francesa  encomendou uma cartilha para educação de seu filho Ferdinando ou Fernando, na qual os músicos foram situados no mais baixo nível hierárquico da sociedade, junto com os mendigos e os atores. Em 1771 ela acrescentou seu próprio comentário quando Ferdinando a consultou sobre a possibilidade de contratar o músico de quinze anos Wolfgang Amadeus Mozart.”

“Você me perguntou se deveria contratar o jovem de Salzburgo para seu serviço. Não consigo conceber por que deveria, pois você não precisa de um compositor ou de outra pessoa inútil. Mas, se acha que lhe dará prazer, não me oporei. Só dou minha opinião porque não quero vê-lo perdendo tempo com gente que não serve para nada. Porém, você deveria evitar conceder a essas pessoas títulos honoríficos como se estivessem a seu serviço. Pois o próprio serviço cai em descrédito quando essas pessoas perambulam pelo mundo como pedintes.”
                                                                                             
É bom saber que essa figura nada simpática foi profundamente infeliz no casamento, arruinou a Áustria com suas patuscadas e que hoje para entendermos quem ela foi é preciso pesquisar, enquanto Mozart é automaticamente lembrado e idolatrado. Por outro lado, vemos essa situação se repetindo constantemente, falo dessa gente auto-ignorante que alcança algum poder e sabe o preço de tudo, mas não sabe o valor de nada. Empinam o nariz e agem grosseiramente constrangendo pessoas que nem conhecem, simplesmente porque ocupam um cargo qualquer.

Existe uma história famosa entre Goethe e Beethoven que ilustra esse sentimento. Dizem que essas duas grandes personalidades da literatura e da música caminhavam em um lugar público até que encontraram alguém da realeza. O célebre autor do Fausto rapidamente fez uma mesura saudando a nobreza enquanto Beethoven fechou a cara. Mais a frente o compositor censurou o colega dizendo que eram eles que deviam saudar aos dois, afinal nascer em família nobre nada mais era do que um golpe do acaso, já eles tinham alcançado o reconhecimento através do talento e do trabalho. Ser nobre, qualquer um pode ser. Já ser um Beethoven...